Automatizados, variáveis ou simplesmente automáticos, os câmbios tem diferentes manutenções. Saiba o que checar em transmissões que dispensam o pedal de embreagem
Os carros automáticos são cada vez mais comuns no Brasil. Com tanto trânsito a procura por esse tipo de transmissão aumentou e os fabricantes agora oferecem além dos automáticos, os sistemas automatizados. São caixas de câmbio mecânicas, como as manuais, porém oferecem a comodidade de “robôs” para fazer as trocas de marchas e controlar a embreagem.
Os sistemas automáticos mais caros e mais confortáveis ainda são os preferidos. Existem também as transmissões CVT ( com polias de relações continuamente variáveis, similares aos scooters). Inicialmente criados para economia de combustível ( de até 8% em relação ao sistema mecânico). Os CVT`s também são muito usados em veículos elétricos/híbridos. Tidos como artificiais na condução – o carro parecia solto em uma entrada de curva, por exemplo – hoje estão mais avançados e podem até simular marchas, caso do Renault Fluence.
Com tantas opções de transmissões, existem dúvidas quanto à manutenção e reparos. Se a troca de fluido da transmissão não for seguida com rigor, pode surgir desgaste precoce ou até a quebra da caixa de câmbio.
Não economize
Profissionais de transmissões automáticas são categóricos em relação à troca do lubrificante. É o que diz o especialista Mario Sérgio, da Mariomatic de São Bernardo do Campo (SP): “Independente do que os fabricantes recomendam para as trocas, prefiro o máximo de 30 mil km rodados (com fluido mineral) e para os sintéticos até 50 mil km. Rodar mais do que isso pode sair caro: o desgaste de componentes internos, como os discos de fricção engrossa o fluído. Se ele já está escuro é sinal de contaminação e de que já perdeu suas propriedades lubrificantes. Então os filtros internos se entopem e o lubrificante não circula bem pela transmissão. Neste estágio, o condutor percebe perda de rendimento, trepidações ao arrancar e nas trocas de marchas”.
“Em longo prazo, o óleo cheio de partículas pode travar um câmbio. O ideal é realizar a manutenção preventiva para que os custos não aumentem”, relata Mário. Quando o problema fica sério, muitos donos preferem colocar seu automático à venda.

Embora algumas montadoras indiquem trocas do fluído de câmbio a cada 50 mil km – ou mesmo não trocar, usando um lubrificante lifetime –, Mário alerta: “não recomendo, da mesma forma que acho errado esperar 10 mil km para a primeira troca de óleo do motor, por exemplo. A transmissão automática trabalha em altas temperaturas, em especial no trânsito carregado de maneira que o fluído não suporta rodar tanto sem substituição”, completa.
Segundo Mário, o fluído deve ser sempre o indicado pela montadora. Só que o custo é mais elevado se comparado ao lubrificante do motor: cada litro pode passar de R$ 50,00. “Para trocar o óleo de um Honda Fit com transmissão CVT, se gasta em torno de R$ 300,00. Parece caro, mas são seis litros, um valor pequeno se comparado a um reparo mais sério na transmissão”.